terça-feira, 26 de novembro de 2019

CEEBJA promove celebração da negritude na semana da Consciência Negra


Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos estende as atividades do dia da Consciência negra e envolve a comunidade escolar nas festividades.

No dia 18 de novembro a escola promoveu uma roda de conversa com os alunos do Ensino Médio sob o tema: racismo e preconceito, com o professor Breno Neto, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Segundo o palestrante

Professores, palestrante e diretor do CEEBJA
no século XV /XVI os portugueses viram necessidade de ocupar as terras daqui do Brasil e trazer alguém para trabalhar no nosso país. A partir disso surgiram ideias de que a Europa era evoluída e era um continente à frente sendo a Africa um país atrasado, porque a Europa estava se destacando com as navegações e a África ficava com a sua organização ou sua politica e cultura do jeito que eles tinham em mente. Em termos de cultura não existe uma que seja nem melhor e nem pior que a outra. O que existe é diversidade cultural. Só porque os africanos não tinham uma cultura como a europeia, os europeus se viram como superiores. Então os portugueses já escravizavam os africanos para trazê-los para o Brasil para trabalharem como escravos. Então, qual era a finalidade do negro na época: TRABALHAR, mas como surgiu essa ideia? Foram surgindo pensamentos desde a Grécia antiga em que alguns grupos só serviam para trabalhar. Segundo esse pensamento alguns grupos de pessoas não tinham inteligência que outros grupos tinham. E também achavam que Deus era demônio e essas pessoas eram selvagens. Todas essas ideias se construíram sobre os negros e essas ideias vieram para o Brasil. Tudo é uma construção histórica e essas ideias vieram para o Brasil com os donos de escravos. Dessa forma, tudo que se remetia aos africanos e afro brasileiros era entendido como algo ruim, algo que não prestava . Então para que servia um negro naquela época? Para trabalhar. Para que servia uma mulher negra? Para ser objetos sexual do senhor.”
Essas reflexões levantadas pelo pŕofessor palestrante suscitaram muitas colocações de alunos e professores fazendo da roda de conversa um momento muito proveitoso para pensar questões sobre racismo e preconceito em que a população negra ainda vivencia.


Grace Mutombro - intercambista africano
No dia 20 de novembro foi marcante por ser o dia consciência negra, na qual se celebra a memória de Zumbi dos Palmares. Nesse dia vale destacar o relato da experiência de aluno Intercambista da UTFPR- Grace Mutombo, natural da República Democrática do Congo). O estudante africano destacou que '' Dr. Charles Richard Drew foi um médico e pesquisador norte-americano que fez pesquisas no campo das transfusões e armazenamentos sanguíneos no início da Segunda guerra mundial e Daniel Hale Williams (Hollidaysburg, 18 de Janeiro de 1856- Idewild,4 de Agosto de 1931) foi um cirurgião- geral afro-americano que, em 1893 , e documentada de peito aberto, para reparar uma ferida no pericárdio.” Estudar sobre a presença africana nas ciências é o foco de estudo de Grace Mutombo e ele mostrou alguns dados que não aparecem nos livros escolares, uma vez que o racismo estrutural naturaliza o negro como inferior e, portanto, não o mostra em destaque positivo no mundo científico.
Houve também a Batalha de rimas do conhecimento com a temática da Cultura Afro Brasileira. Alunos e a comunidade externa puderam participar manifestando o valor da cultura Hip Hop.
Paralelamente acontecia a Oficina de Penteados Afro, a Oficina de Turbantes, a Oficina de Jogos e Brincadeiras , a oficina de Petecas e trançados Indígenas, a Oficina de Jogos de Matemática de Origem Africana, a Oficina de Bonecas Abayomi. Além das oficinas o ambiente foi todo decorado com exposição de Mural- Cultura Afrodescendentes com destaque para a escritora 'Conceição Evaristo. Também com a exposição de mural ''Tabuleiro da Baiana'' e a distribuição de receita do prato típico Cuscuz o qual foi servido a todos os participantes do evento.

Divertimento 24 e Quadro Mãe Preta - CACOSTA
No dia 21 de novembro houve o encerramento da semana comemorativa com a Exposição de telas do pintor CACOSTA, de Ourinhos, a declamação de Poesias por diversos alunos e a encenação da Peça Teatral denominada Xadrez das Cores. 
 
Após o teatro teve o jantar com a tradicional feijoada e na sequencia a apresentação de Dança de Capoeira pelo Grupo Ubuntu Negras Raízes, da UTFPR.
Pode-se dizer que a negritude foi celebrada com muita criatividade, reflexão e crítica a uma sociedade que ainda, no século XXI não está isenta de preconceito e racismo.



Débora Fernanda Morais – Aluna de Língua Portuguesa
Helena Batista – Professora de língua Portuguesa

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